quinta-feira, dezembro 29, 2005

Ironias

A vida é irónica, pois é, já se sabe.
As pessoas fazem tantas complicações à volta do que querem que quando o têm não o sabem valorizar.
É engraçado ver como os acontecimentos podem influenciar e beneficiar as relações entre as pessoas e como a sorte só calha a alguns.
Só tenho uma coisa a dizer: "Principe Encantado só há um e está na cama com a Cinderela"

terça-feira, dezembro 06, 2005

Buraco Negro

Não consigo dizer. Não consigo abrir este espaço trancado a tantas chaver que nem eu própria percebo o que está lá dentro.
Estou a pensar explusar este buraco negro e com ele a dor que me causa.
Mas tenho medo que o buraco negro seja o meu próprio coração e que se eu o explusar ele me sugue para dentro dele próprio... para dentro de mim.
Não quero entrar lá dentro para não conseguir achar o caminho para sair.
Não consigo libertar este sufoco dentro do peito que vai acumulando cheio de palavras e sentimentos por dizer que não saem, não sei porquê.
Não sei se é passivismo, auto-defesa ou falta de jeito.
Preferia ser uma visualização de mim mesma sobre mim mesma, para em vez do fantasma com o estúpido buraco negro ter uma mulher com um coração.
Não consigo perceber se é amor o que sinto, se é amor o que sentes, se é amor o que temos, no meio de tanta dor e bem estar.
Não consigo perceber como só me sinto bem contigo e me sinto tão bem sem ti.
Tão bem...
Não quero ser mais um buraco negro!
Porquê?

Não há cá títulos

Enquanto vamos vivendo a vida como pálidos fantasma, tentando encontrar na azáfama do dia-a-dia razões para nos considerarmos livres e felizes.
Enquanto rejeito o amor que quase me chegas a dar e me distancio cada vez mais da dor que a tua falta de amor me provoca.
Andamos sozinhos neste mundo de Deus à procura sem parar, comandados por forças mais altas que nunca nos chegam a dizer o que devemos fazer.
Sozinhos e triste, mesmo rodeados de gente, sem ter ninguém capaz de completar todos e cada parâmetro do nosso ser. Assim em vez de uma pessoa arranjamos várias e a única coisa que acabamos por sentir é que essas pessoas estão lá, mas que nós somos o que somos, não a parcela daquilo que para cada um somos.
Fingimos e mentimos, para tentar encobrir aquilo que todos sabem, todos sabem que todos sabem, mas que todos sabem que devem fingir que não sabem e que não estão a encobrir aquilo que todos fingem que não mas sabem que sabem.
Esta realidade simples, não é mais complexa que biliões de palavras que usamos para tentar expressar aquilo que não pode ser expressado.
E enquanto uns gritam por prazer, outros por dor, sim esses... os famosos profetas da desgraça, outros gritam por tudo e outro por razão nenhuma. Enquanto gritam e choram num silêncio rodeado de risos e gargalhadas, onde tudo serve para encobrir a tristeza que nem nós próprios admitimos sentir.
E assim vamo-nos afundadando num molho de palavras com sentido mas que dizem tudo menos aquilo que queriamos dizer.
E ficamos calados e passivos, pensando estar activos, quando aquilo que deve ser feito e aquilo que deve ser dito fica sem dizer.

Isto está uma granda bosta, vou parar.

domingo, novembro 27, 2005

Gotta right to be wrong... So just live me alone.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Por mais que tentemos fugir do que somos, tenderemos sempre e irrefutavelmente a ser quem somos.

A Tela

Agora que comecei é quase impossível parar. O gelo que estava dentro de mim e que congelava as palavras e me impedia de escrever, finalmente foi quebrado. Agoro já sei escrever outra vez.
Apetece-me falar sobre o vazio.
Sobre o vazio da futilidade que vejo à minha volta. A futilidade que sempre vi, mas que agora vejo duma maneira diferente... agora vejo-a realçada e cada vez mais desprovida de sentido.
Se sei que são as pequeninas coisas que dão significado à vida, também sei que são pequeninas coisas como estas, que a tiram.
A vida não precisa de ter significado, tal como não precisa de haver uma razão para chorar de dor ou de cantar de alegria. Perguntar qual o significado da vida agora, é o mesmo que perguntar porquê chorar de dor em vez de cantar de dor. Não faz sentido.
Apetece-me pegar numa tela e pintar o mundo todo de novo.
Cheio de amarelos e vermelhos e azul do mar.
E depois punha o sol a brilhar e um coelhinho e brincar nas nuvens.
Cá em baixo punha beijinhos.
Muitos beijinhos espalhados pela relva.
Depois pintava de música as árvores e punha um bocadinho de açucar nas nuvens.
Branquinhas sem chuva.
Em cima das nuvens metia vaquinhas e na relva metia pássaros.
Depois no mar metia uma casa e no campo metia um barco.
A seguir metia-te como menina e a mim como menino.
E depois iamos os dois de mãos dadas de barco pelo campo até á casinha no mar e viviamos felizes para sempre.

domingo, setembro 11, 2005

Fogo

Os meus olhos fixam o teclado, os meus ouvidos enchem-se de música nostálgica, os meus olhos transbordam lágrimas e o meu coração aperta e aperta numa dor cruciante. Tento encontrar a resposta, tento vislumbrar o caminho, tento sair do abismo para onde tudo se precipita, mas caiu, inevitavel e irrevogavelmente para dentro da dor e do turbilhão de emoções refreadas durante demasiado tempo para serem agora contidas, de emoções confusas, desesperadas, desnorteadas. Tudo se precipita para o buraco negro à procura duma saída, dum escape, duma fuga de mim própria. À procura duma maneira de não sofrer, para não fugir... para evitar dizer adeus.
Mas o instinto primário de sobrevivência, o mesmo que nos leva a retirar a mão do fogo quando sentimos a pele a aquecer, a queimar, a estalar e a sangrar, leva-me igualmente a querer afastar-me da dor, a retirar levar a minha alma para longe, tal como retiro a mão do fogo para não me queimar.
Resisto.
Deixo a dor percorrer-me, queimar-me, consumir-me. Deixo a minha alma queimar-se, estalar-se e sangrar tal como a minha mão sangra em contacto com o fogo. O fogo que me atrai e repele mutuamente. O fogo que me absorve, que me consume, que me trona poderosa! O fogo que me devora, que implora por mim, que se alimenta de mim e do qual eu retiro o calor para sobreviver ao mais rigoroso inverno, deitada sozinha num quarto escuro a pensar.
Quero que pare.
Quero fugir.
Mas não posso.
Por isso fico.
E lentamente vou sendo queimada e consumida pelo fogo do qual me alimento e devoro.

segunda-feira, agosto 08, 2005

"Presta homenagem, espalha a mensagem
Sou mesmo assim faço som á minha imagem
R.A.P. B.A.C. eu sou assim
Quem sente sente quem sente, sente até ao fim"

Boss AC - Quem sente, sente
não sei bem porquê mas não há comments... vou instalar o haloscan quando tiver paciência.
depois de algumas hesitações escolhi este template, simples, bonito e que eu gosto muito! Tive que acertar o tamanho das imagens... Mas isso são apartes.

domingo, agosto 07, 2005

como devem ter reparado isto está um pouco diferente... Estou a tentar reorganizar isto tudo.

quarta-feira, julho 27, 2005

ahahahahah... Mas eu amo-o!

domingo, julho 10, 2005

Faz-me sentir bem

Chegas com um sorriso nos lábios e um desejo aceso nos olhos e nas tuas mãos desesperadas. Sorrio recata e provocadoramente para ti, criando um paradoxo que não nos compete definir. Vejo fogo a arder nos teus olhos, sinto o ter corpo retesar-se de ânsia e desejo e deleito-me com o efeito que tenho em ti. O carinho e amor do teu olhar e o a ansia dos teus lábios pelos meus fustiga-me e seduz-me.
Aproximo-me de ti. Lenta e implacavelmente. Lês os meus olhos e ficas a saber que também te quero. Sinto a paixão a devorar-me... Sinto arrepios na minha barriga que me fazem querer-te ainda mais e o teu toque provoca-me ondas de desejo contido pelo corpo.
Um sorriso maior aparece nos meus lábios que se apartam, ao aproxegarem-se dos teus. Um fogo que tu sabes que não pode ser mitigado acende com mais intensidade os meus olhos que fixam os teus provocadores... prometedores... tímidos... ansiosos.
"Fogosa". É como me definem.
"Tua". É como tu me defines. Também está certo, mas também sabes que uma pessoa como eu, nunca poderá ser inteiramente de alguém, tal como tu também não o podes. "Esfomeada Insaciável" também é comum e está mais correcto... Eu diria que "Apaixonada por Ti", a maneira como eu me defino, era o mais certo de todos...
Os nossos lábios tocam-se e um beijo meigo, um mero encosto de lábios, torna-se num entrelaçar de linguas e num toque de lábios desesperado. Abraçamo-nos apaixonadamente e deitamo-nos languidamente naquele pedaço de relva do jardim.
Estava com saudades tuas.

sábado, julho 02, 2005

Se Eu Fosse Um Dia O Teu Olhar...

...Talvez compreendesse porque olhas assim para mim. Porque olhas venerando-me como se fosse algum ser imaculado e cheio de tudo o que tu amas. Porque olhas para mim, quando eu erro, com infinita paciência e compreensão, como se no teu fundo soubesses o que se passa no meu íntimo e soubesses assim, que eu estava a errar simplesmente por teimosia e orgulho...
Se eu fosse um dia o teu olhar, talvez percebesse o que te leva a amar alguém assim, que se sente tão desiludido consigo mesmo. Alguém que desperdiça as suas capacidades e não faz as coisas correctamente, porque não consegue dominar os seus defeitos. Alguém que retira de ti as forças e a paz para continuar a ter fé em si mesmo. Alguém que se preserva e se envolve no teu amor, crendo que deve haver algum bom para merecer a luz e o calor com que olhas para ela... Alguém que só espera nunca apagar o amor do teu olhar com algum erro estúpido e curriqueiro.
Alguém que... também te ama. Apenas nem sempre sabe como o mostrar.


terça-feira, junho 14, 2005

Escrever

Há muito que não escrevo... Não por andar mal ou sem inspiração. As palavras simplesmente não têm saído. Talvez a verdade seja que já não acredito tanto nas minhas capacidades como antes. Antes ás vezes achava-me brilhante, sentia-me orgulhosa de mim, diferente...
Tretas.
Eu gosto de sobressair. Não gosto da maneira como olho à volta e vejo tudo igual. Não gosto da maneira como vejo todos vestidos da mesma maneira, com as mesmas atitudes e com medo do que o diferente possa causar. Não gosto da neutralização. Não gosto da banalização. Não gosto de ir a um Santuário e não sentir nada. E detesto a minha maneira de passar ao lado da vida. Detesto um resultado bom que não me sabe a nada por saber que podia ter feito melhor. Detesto ser boa em vez de brilhante. Detesto ser inteligente em vez de muito inteligente. Detesto ter talento e não o aproveitar. Detesto ter capacidades e não as usar. Detesto ser bonita em vez de uma beleza. Destesto ter êxito e não ter glória. Detesto ser diferente mas não o suficiente para não ser igual aos outros!
Detesto a minha preguiça.
Detesto não ser verdadeiramente o que queria ser.
Detesto a minha maneira de passar ao lado da vida.
Detesto não conseguir fazer as coisas como eu quero.
Detesto não as fazer bem.
Mas acima de tudo... Detesto ser diferente mas não o suficiente para não ser igual aos outros!
Estou a precisar de férias. Acho que vou voltar. Espero que em grande... Tenho tido dificuldade em conceber os meus sentimentos. Em passá-los para o papel. Em usar tudo o que está dentro de mim para escrever o que sinto... O que preciso, o que tenho.
Tenho que mudar.
Outra vez.
Porque eu mudo sempre que não me sinto aquilo que quero ser.
Mas o amago é sempre o mesmo.
Eu sou tudo aquilo que sou. E nada mais do que mostro.
Porque se isto não fizer sentido para mim, tudo o resto deixa também de fazer.
Este post está simples e sem nada de especial. Mas está sincero.
Acabei por agora.

segunda-feira, maio 16, 2005

As Lágrimas da Vida

Apetece-me muito chorar... Mas não são lágrimas de dor ou de infelicidade... São as lágrimas da vida. As lágrimas que escorrem pelo olhos carregadas de sentimentos e de segredos guardados no coração. Lágrimas que preenchem o coração, sem malícia, sem dor... Lágrimas benignas e nostálgicas que não precisam de razões para serem choradas... Apetece-me chorar. O meu coração está carregado desta lágrimas sem dor. Eu sou. Eu tenho tudo. Eu amo a minha vida. Eu amo a minha realidade, mas tenho o coração cheio das lágrimas dos meus sonhos. E apenas os meus sonhos me conduzem e me libertam para a realidade.
Apetece-me chorar...
Sem dor...
Sem sofrimento...
Apenas alívio.
Estou numa gruta na praia, deitada contigo, embalada nos teus braços a chorar... E depois fazemos amor.
Estou sozinha, como sempre estive. Tenho te a ti ao meu lado, mas sou. Sou. Sou. Sou. Não somos. Não há plural na minha vida. Apenas o meu singular que esteve comigo toda a vida e me ajudou sempre.
Não há mão a agarrar-me na escuridão, nem há grito de socorro na minha garganta. Não há necessidade de apoio, nem crença de suporte incondicional. Há apenas eu. Eu que sou. E tu que és ao meu lado.
Se isto não fizer sentido, não sei o que mais poderá fazer.
Eu sou.
Eu sou sozinha.
Eu fui, sou e sempre serei.
Essas são as lágrimas da vida.
Vou-me embora.
E sentada num canto escuro, sozinha, a sentir-me envolta laguidamente pelas trevas e segura na paz do silêncio... Talvez chore.
Regressei a casa... Com os olhos preenchidos de lágrimas da vida.

quarta-feira, abril 06, 2005

"não sabes fazer nada bem"

segunda-feira, março 21, 2005

Algo Real

Lentamente fecho os olhos e vivo várias analepses, que me remetem a lugares escondidos da minha vida dentro de mim. Revejo cada olhar, cada beijo, cada corpo, cada nova sensação, cada momento, cada pessoa, cada vida...
Há uma lágrima que me escorre pelo face e desce até ao peito que sobe e desce, inflamado com o turbilhão confuso de emoções que se processam dentro de mim.
Perco-me.
E perdida voo para longe de tudo e de todos, de todas as mágoas, de todas as pessoas, de todos os lugares, de todos os sentimentos, de todas as inglórias, de todo o sofrimento... Quando o choque de adrenalina é tão intenso, quando o fogo é tão brilhante, quando a dor é tão penetrante, acontece algo estranho ao nosso corpo que deixa de ter a capacidade de sentir na zona afectada. É esse o fenómeno que me envolve e entorpece quando me perco e voo para longe, na tentativa de chegar perto de mim.
Caiu de joelhos e pergunto aos céus revoltosos porque não posso atingir algo real? Algo que possa chamar meu... Algo de que me possa orgulhar.. Algo a que me possa entregar... Algo real.

sexta-feira, março 18, 2005

Um Sonho

Estou deitada no teu peito com uma mão pousada no teu pescoço e outra na tua barriga. Um dos teus braços rodeia-me as costas e a tua outra mão afaga-me suavemente as temporas e o cabelo. Estamos só os dois rodeados de almofadas deitados no chão do teu quarto, com música ambiente. O cd que está a girar na tua aparelhagem metálica é o da nossa banda preferida.
Ninguém diz nada, porque não há nada a ser dito.
Suavemente sinto as pálpebras a fecharem-se e adormeço cheia de segurança nos teus braços, impregnada com o teu cheiro intenso.
Adormeço e sonho.
Sonho contigo.